De: Maria Lucia Massot
Para: politica@jb.com.br
Enviada em: segunda-feira, 16 de outubro de 2000 15:52
Assunto: En: Retratação a/c Paulo - Chefia de reportagem
A respeito da matéria abaixo
"Campanha vira provocação", de 14/10, aonde,
após 5 anos de denúncias a todos os órgãos
públicos, sem que qualquer providência fosse tomada,
sofrendo todo tipo de retaliação, tanto pelo então
governo Cesar Maia como o atual do Sr. Luiz Paulo Conde, cujo
secretário de ambos foi o arquiteto Sergio Magalhães,
atual vice do Conde, gostaria de esclarecer:
1. Jamais fiz
campanha para quem quer que seja
2. Estou sendo obrigada a viver
numa rua transformada em rua de favela
pelos governos Cesar Maia e
Conde, com minha cidadania agredida. e minha saúde
abalada.
3.
Mantenho há 2 anos uma
homepage:
http://www.geocities.com/Athens/Crete/6913,
favela bairro, a falência de
uma política
habitacional, aonde denuncio não só os governos de
ambos pelas inúmeras ilegalidades e
inconstitucionalidade quando da implantação do Projeto
Favela Bairro Canal das Taxas e aonde se encontram as repostas por
e-mail do atual candidato Cesar Maia. O Sr. Conde jamais respondeu.
4. Após 4 anos, a Equipe do Meio
Ambiente do Ministério Público ajuizou uma ação
Civil Pública, nº 99001149975-9,
contra a construção das casas populares no local
5.
Estou movendo também uma ação judicial, já
que meu imóvel, completamente desvalorizado, não é
suficiente para comprar nem um terreno no condomínio mais
barato do Recreio.
6. Os órgãos municipais,
sobretudo a Subprefeitura, apesar de inúmeras vezes acionados
não só por mim, mas por vários moradores do
Recreio, não cumprem a Lei Orgânica, nem fazem
cumprir o Código de Posturas do Município, o que trouxe
uma perda de qualidade de vida para todos os moradores do bairro.
7.
Se fosse amiga do Deputado Eduardo Paes, na época
Subprefeito,
certamente não estaria passando por todo esse
calvário, ofendida por palavras de
baixo calão e
ameaças, por favelados colocados num esbulho praticado pela
Prefeitura num terreno particular, apoiado por vereadores coniventes
com as ilegalidades, entre outras, o não cumprimento da Lei
Orgânica do Município. A Cia. Litorânea de Imóveis
após 4 anos sem tomar qualquer atitude, resolveu em meados de
99 entrar com uma ação por indenização
pelo esbulho cometido pela Prefeitura no terreno aonde foram
construídas as casas populares.
8. Uma administração
e um Prefeito responsáveis não lançariam
inverdades
num jornal de grande circulação, tentando
denegrir a imagem de uma
contribuinte que foi obrigada a praticar
um gesto extremo, já que não só eu, como
vários
moradores do bairro, estamos sendo expulsos do local aonde moramos,
estimulados pela omissão e conivência do Poder Público.
Pelo contrário, procurariam apurar o que está
acontecendo, e tentar solucionar o problema
9. Finalmente informo
que vivo no Recreio há 16 anos, e todos os
moradores
conhecem minha luta pela imoralidade administrativa cometida contra
nós, moradores próximos à atual favela Canal das
Taxas, antiga favela do
Terreirão. Apesar de inúmeras
denúncias na internet e em jornais, inclusive ao Prefeito Luiz
Paulo Conde, que é arquiteto, da favelização e
falta de infra-estrutura do bairro, são sistematicamente
ignoradas por essa administração.
10. Estou anexando um artigo, assinado por mim publicado, no Jornal O dia em 1998, no Caderno Opinião, e cartas de moradores apoiando meu gesto.
11. Desafio o Prefeito Luiz Paulo Conde e seu vice Sergio Magalhães, arquitetos responsáveis pelo Favela Bairro Canal das Taxas, a comparecerem ao Recreio, como fez o Sr. Cesar Maia, e debater com os moradores uma solução para os inúmeros problemas do bairro. Nenhum dos dois respondeu a qualquer convite de várias associações de bairro do Recreio, apenas comparecendo à favela Canal das Taxas, mostrando o total desprezo por nós.
12. Ao contrário do que parece pensar o senhor Prefeito, e sua assessoria, nós moradores da cidade não somos um bando de quadrúpedes manipulados por seu opositor, mas seres pensantes e responsáveis pelos nossos atos. Fiz e farei novamente quantas vezes forem necessárias para que sejamos ouvidos pelos governantes.
Caso não seja desmentida a
matéria, através de outra matéria, conforme
a
Lei de Imprensa, terei de tomar as providências legais
cabíveis.
Atenciosamente,
Maria Lucia
Massot
Jornal do Brasil, Sábado, 14 de
outubro de 2000
Campanha vira provocação
A
campanha descambou para a provocação. Na madrugada de
ontem, a porta
da casa do prefeito Luiz Paulo Conde (PFL)
amanheceu cercada de lixo. "Deve
ter sido um amigo de algum
adversário meu", suspeitou o prefeito Conde. A
autora
do protesto foi a arquiteta Maria Lúcia Massoti, moradora do
Recreio,
que segundo a assessoria de imprensa do prefeito, move
uma ação contra a
prefeitura contra a realização
do Favela-Bairro na favela do Terreirão.
Ainda segundo a
assessoria do prefeito Maria Lúcia teria ligações
com o
deputado federal Eduardo Paes (PTB-RJ), coordenador de
campanha do
ex-prefeito César Maia (PTB).
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Opinião IO Favela Bairro Maria Lúcia Leone Massot Nos anos 70 e 80, após o fim do milagre econômico, a classe média sem condições de adquirir imóveis ou pagar aluguéis em seus bairros de origem começou a emigrar para bairros mais afastados (Campo Grande, Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes), então mais baratos, abandonados pelo Poder Público, quer municipal, estadual ou federal. A Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, aprovada em 1990, elaborou a política habitacional do município criando o programa de urbanização de favelas, chamado pelo Governo Cesar Maia de Favela-Bairro. Apesar de o Plano Lúcio Costa prever extensas áreas no Itanhangá, Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio dos Bandeirantes para população de baixa renda, interesses eleitoreiros falaram mais alto e as administrações Cesar Maia e Conde, ignorando a Lei Orgânica, leis federais de meio ambiente que obrigam a remoção de favelas em ruas, avenidas, praças, canais, áreas de preservação, áreas non aedificandi etc, resolveram urbanizar favelas, independentemente de sua situação geográfica. As favelas atualmente estão longe das favelas das décadas passadas. Hoje se encontram em áreas nobres tantos carentes, que brevemente serão expulsos com a valorização dos imóveis com o Favela Bairro, como classe média e alta. Aproveitadores que vivem fora das favelas visando o lucro fácil, iniciaram um processos de favelização dos lotes lindeiros aonde tudo é permitido em nome do social. Todos os invasores, independentemente de seu poder econômico ou de seu local de domocílio, são beneficiados. O Favela Bairro, que serviria para frear o processo de favelização da cidade, age de forma justamente contrária: incentiva a favelização e as invasões, quando inclui no programa indiscriminadamente todas as áreas favelizadas da cidade, e as favelas continuam a crescer até atingirem os muros das construções legalizadas da classe média que passam a ser os seus limites. Invade-se tudo: morros, canais, lagoas, praças, propriedades particulares, sítios tombados, surgem loteamentos clandestinos e favelas da noite para o dia, às escâncaras, sem qualquer fiscalização. Aguardam o Favela Bairro e a urbanização prometida pelos governantes. A classe média se vê novamente expulsa. Imóveis são vendidos a preço vil. Alguns privilegiados conseguem morar em condomínios fechados. A maioria não tem opção. Ou aceita a favelização ou procura outro lugar para morar. Não é sequer consultada em qualquer modificação urbana, sobretudo no Favela Bairro. A ela cabe pagar as contas. E abandonar mais uma vez seu domicílio, ir em busca de outro local para viver e de sua cidadania perdida na demagogia dos governantes.
Maria Lúcia Leone Massot é arquiteta
e moradora do Recreio dos Bandeirantes |
De: Maucicio Moreira
Para: <cartas@oglobo.com.br>; <amaraciv@west.com.br>
Enviada em: sábado, 14 de outubro de 2000 22:44
Assunto: Protesto no Itanhangá
A atitude de uma moradora do Recreio que fez um protesto
contra a favelização
de sua rua no bairro, foi
classificada pelo prefeito com elitista contrária
as
favelas. Ora, fazer projetos de Favela-Bairro que tornem
residências
no Recreio, as quais se paga IPTU alto, parte da
favela é uma atitude no
mínimo demagoga de fundo
eleitoral. Como existem tantas favelas no Rio,
inclusive no
Itanhangá, sugiro ao prefeito fazer um projeto desses em
sua
rua. Desse modo, sua casa ficaria dentro da favela. Será
que ele iria gostar?
acho que não. Se há tanta
parceria entre Estado e Prefeitura, porque ambas
as partes não
se unem para diminuir o desemporego no Estado? Assim não
existiriam tantas favelas e muito menos problemas como
esse.
Maurício Moreira
Para: "Maria Lucia Leone Massot"
Enviada em: segunda-feira, 16 de outubro de 2000 00:07
Assunto: Re: En: Protesto no Itanhangá
tem meu total apoio na
sua atitude pena nâo termos mas 50 pessoas assim que
lutassem
pelos seus direitos e deixassem o comodismo que se encontram uma
parte
desse lixo tb deveria ir para op predio do seu rodrigo que
numa palestra na
AMOR era totalmenete favoravel ao favela
bairro ele deveria comprar um terreno
e morar com os humildes que
ele tanto admira e apoia, é isso ai maria lucia
cacete
neles......
ricardo