Jornal O Globo, Cartas dos leitores,
Sexta-feira, 12 de abril de 1999
Morro da
Saudade
. Quero chamar a atenção para a recente e rápida invasão do
Morro da Saudade, em cujos limites situam-se as ruas Real Grandeza e
a Fonte da Saudade. Já se pode ver quatro barracos (um deles
com três pavimentos) espetados no morro, paralelamente às ruas
Pinheiro Guimarães e Visconde Silva, além de alguns clarões na bela
mata ainda existente. Se nenhuma atitude contra esta invasão for
tomada pelas comunidades de Botafogo, Humaitá e Fonte da Saudade (e
pela Prefeitura), esta incipiente favela se alastrará rapidamente.
MARCO CORREIA
(30/03), Rio
Jornal O Globo, Cartas dos Leitores,
domingo, 25 de abril de 1999
Favelização
. Endosso plenamente o alerta do leitor Marco Correia (12/4)
quanto à favelização do Morro da Saudade. É bom lembrar que
Rocinha,Vidigal e Pereirão também começaram com inocentes barracos e
hoje são retratos da devastação ambiental. As autoridades precisam
agir rápida e preventivamente.
FERNANDO PINTO BRAVO
(por e-mail, 13/4)
Jornal O Globo, Cartas dos
leitores, terça-feira, 23 de novembro de 1999
Dona Marta
· Maravilhosa a idéia de transformar os
barracos do Morro Dona Marta em prédios. Além de melhorar o
saneamento básico, conforto, segurança e o visual, a medida pode ser
aproveitada para coibir o aumento e a proliferação de favelas na
cidade.
CRISTINA ARAGÃO
(por e-mail, 22/11), Rio
· O governador Garotinho deu a largada para a
corrida de instalação de novos barracos nas favelas do Rio. Quem não
vai querer ganhar um apartamento? Pois é só ter um barraco em uma
favela que Governo vai financiar um a perder de vista. Quer fazer a
coisa correta? Aproveite os espaços existentes em áreas conurbadas e
lá construa os prédios, erradicando assim as favelas e dando um teto
a esta população e a oportunidade de pagarem o IPTU, luz, gás, água,
taxa de incêndio, taxa de iluminação e outros impostozinhos que todo
mundo paga.
ANTONIO CAVOUR
(por e-mail, 19/11), Rio
· A construção de prédios no Morro Dona Marta
está longe de ser solução para os moradores e para o próprio morro.
A urbanização e a construção seriam complexas e de custos elevados.
A partir dos bairros São Francisco Xavier e São Cristóvão, próximos
às linhas dos trens e metrô e da Av.Brasil, num raio de 1km, existem
milhares de casarões em amplos terrenos, todos os locais já
urbanizados e de fácil acesso, nos quais poderiam ser construídos
prédios com 20, 30 ou 40 apartamentos. Nas principais ruas existem
milhares de lojas fechadas, pois o comércio mudou de endereço.
Grande parte dos casarões estaria à venda ou seria permutável. Os
locais seriam mais dignos e custos não seriam assim tão mais
elevados.
JOSÉ AMÉLIO MOLICA
(20/11), Rio
· Este projeto é cópia do apresentado pela
Secretaria de Desenvolvimento Social, na época do prefeito Saturnino
Braga. Vale recordar que ele recebeu reprovação dos moradores do
bairro e dos próprios órgãos técnicos, pelo seu excessivo custo, bem
como pelo pouco alcance social, eis que os moradores do Dona Marta
admitiam, na época que iriam vender suas unidades, pois não teriam
condições de mantê-las.
RUY REIS
(por e-mail, 22/11), Rio
· Louvável a iniciativa de urbanizar e/ou
implantar um conjunto habitacional na atual, Favela Dona Marta. É
necessário entretanto lembrar que os terrenos ocupados têm dono! As
áreas da Rua Marechal Francisco Moura (lotes 0043 e 0044) e os da
Rua Jupira (0034,0035 e 0036) perfazendo um total de 40.551 m2,
estão devidamente registrados no Registro de Imóveis em nome de Otto
Catlos Vogt, meu falecido pai.
JOÃO CARLOS VOGT
(por e-mail, 19/11), Rio,
Jornal O Globo, Cartas dos Leitores, sábado, 30
de novembro de 2002
O cardápio de Cesar
Enquanto os cariocas vão ficando obesos - viva o
livre-arbítrio - o prefeito fecha os olhos para a nova favela que
cresce junto ao cemitério São João Batista, em Botafogo. Quando a
nova comunidade estiver estabelecida e o tráfico se instalar em suas
vielas, será tarde demais para removê-la. Cesar Maia deveria rever
suas prioridades.
RICARDO KIPERMAN
(via Globo On Line, 29/11), Rio
Jornal O globo, Carta dos leitores,
Sexta-feira, 9 de abril de 1999
Desperdício
· Estamos testemunhando na parte interna
da Praia do Flamengo, e no próprio Parque, um lamentável desperdício
de recursos públicos. No primeiro caso se constrói um calçadão que,
além de consumir preciosas verbas públicas, há mais de quatro meses
perturba o trânsito. Queremos recordar que o bairro do Flamengo já é
distinguido como o maior parque urbano da América Latina, que é o
Parque do Flamengo. Imaginamos que as verbas ali alocadas seriam
mais bem utilizadas se fossem aplicadas, por exemplo, em projetos
como o Favela Bairro. Este, sim, é um trabalho que iria permitir;
através da urbanização, a rápida localização dos bandidos que se
escondem nas favelas tirando partido de vielas de difícil acesso.
Por que então gastar dinheiro com o que já é bonito e admirável como
a Praia do Flamengo?
GLÓRIA MACHADO
(30/03), Rio
Jornal O Globo, Cartas dos leitores,
domingo, 9 de maio de 1999
Embriões de favela
. A sra. Célia Abend,
coordenadora de imprensa da Prefeitura (5/05), dá informações sobre
a eficiência dos programas de recuperação de favelas e de
desmatamentos, que vêm sendo executados pelo prefeito nas grandes
favelas. Gostaria de saber também o que está sendo feito nos
embriões de favelas que julgamos tão ou mais importantes do que as
favelas assentadas, pois atacaria o problema antes de ele virar
monstro. Na Rua Alice, em Laranjeiras, onde existe um embrião (se é
que ainda se pode assim chamar), o desmatamento existe, embora
disfarçado no meio da vegetação. Material de construção, entra no
local quase diariamente. À noite os pontos de luz multiplicam-se a
grande velocidade e até a igreja já anuncia seus cultos.
CARLOS E. BARBIRATO R.
GOMES
(por e-mail, 5/05), Rio
Jornal O globo, Cartas dos leitores,
quarta-feira, 26 de maio de 1999
Embriões de favelas
. Em atenção a carta de
Carlos E. Barbirato R. Gomes (9(05), com pedido de informações sobre
os trabalhos que a Prefeitura vem fazendo nos "embriões de favelas"
existentes na Rua Alice, em Laranjeiras, esclareço que a área
compreende dois terrenos particulares - um do Clube Hebraica e o
outro do condomínio Parque Residencial Laranjeiras. Os dois terrenos
foram invadidos, e a ocupação recebeu o nome de Vila Alice. A vila
já totaliza 65 construções. No primeiro caso, por abrigar em seu
terreno construções não licenciadas, o clube foi notificado. Como
seus responsáveis não tomaram providência, as obras foram embargadas
e aplicadas multas por cinco vezes. Pela mesma razão o condomínio
teve as obras embargadas e recebeu três multas. Seus responsáveis,
no entanto, entraram com ação judicial de reintegração de posse,
evitando, assim, a emissão de novas multas.
CÉLIA ABEND,
coordenadora de imprensa da Prefeitura
(18/05), Rio
Jornal O Globo,Cartas dos Leitores,
terça-feira, 7 de setembro de 1999
CADASTRO EM FAVELA
. A Secretaria de Habitação
Municipal anunciou mutirão de cadastramento de habitantes de
favelas. O que falta informar é para que servem realmente estas
providências. Há aproximadamente dois anos, o secretário de
Habitação informou a esta coluna, após ampla reportagem do GLOBO,
que as construções irregulares da Rua Alice 1.022, em Laranjeiras,
estavam cadastradas (aproximadamente 40) para posterior remoção. Em
18/05, a sra. Célia Abend, coordenadora de imprensa da Prefeitura,
disse, respondendo a leitor desta coluna, que a "Vila Alice" já
totalizava 65 construções! Se voltarem ao local verificarão que já
são bem mais! E as prometidas providências, quais são? Absolutamente
nenhuma.
CARLOS EDUARDO BARBIRATO
(por e-mail, 2/09), Rio
Jornal O Globo, carta de leitores,
segunda-feira, 18 de outubro de 1999
Favelas crescem
· Em 10/10, sob o título
"Muitas favelas", dois leitores exprimem suas preocupações com o
crescimento vertiginoso de favelas no Rio. Certamente, dentre as
formas de se coibir tal situação, está a adotada na Rua Alice, em
Laranjeiras, pelo subprefeito do Grande Flamengo, Marcelo Maywald,
com a participação de Guarda Municipal, Secretarias de Obras e de
Habitação e Polícia Militar, quando demoliram dez construções e um
barraco de madeira, construídos em área de risco e de proteção
ambiental (APA São José), em operação tranqüila e sem violência,
antecipando-se ao nascimento de um monstro como Rocinha e Dona
Marta.
CARLOS E. BARBIRATO (por
e-mail, 13/10), Rio
Jornal O
Globo, Cartas dos leitores, quarta-feira, 23 de maio de 2001
Favelização
· Chamo a atenção das autoridades
municipais para a Área de Proteção Ambiental São José , na vertente
de Laranjeiras, onde se vê o avanço da favelização do Morro Nova
Cintra. Estão, neste momento, derrubando a vegetação e levantando
casas no lugar. É muito mais fácil e até econômico para os cofres
públicos relocar estas poucas famílias em áreas mais apropriadas.
Será que as autoridades estão esperando o fim dessa belíssima área
de proteção ambiental?
CLAUDIO MARQUES
(por e-mail, 19/5), Rio
Jornal O Globo,
Cartas dos leitores, segunda-feira, 28 de maio de 2001
Favela na
mata
· O avanço da favelização
na Área de Proteção Ambiental São José, na vertente de Laranjeiras
não se limita ao Morro Nova Cintra, conforme sinaliza o leitor
Claudio Marques. Na outra ponta, na Rua Alice, a situação não é
diferente, apesar dos inúmeros alertas às autoridades municipais.
Parece que, seja por descaso pelo contribuinte, seja por
incompetência, os responsáveis aguardam a formação do "complexo
Laranjeiras", com tudo devastado e invadido, para então
reivindicarem verbas internacionais para a tentativa de mais um
Favela-Bairro.
CARLOS EDUARDO B. R. GOMES
(por e-mail, 23/5), Rio
Jornal O Globo, Cartas dos
Leitores, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2002
Melhor prevenir
. Sobre a constatação de que houve um enorme crescimento das favelas
na última década, qualquer carioca é capaz de testemunhar tal fato
observando sua vizinhança. Em Laranjeiras, por exemplo, a chamada
Vila Alice surgiu como uma pequena invasão. Hoje, e muito falatório
depois, a “vila” está transformada numa favela, que brevemente
começará a dar problemas. A área disponível para favelização é
imensa, composta por platôs cobertos por vegetação que pouco a pouco
vai desaparecendo. Futuramente, a “vila” estará transformada numa
Rocinha e as autoridades estarão buscando recursos externos para sua
difícil urbanização. Talvez fosse melhor se adiantarem aos fatos.
ROBERTO ANDERSON MAGALHÃES
(por e-mail, 8/2), Rio
Jornal O globo, Cartas dos
leitores, segunda-feira, 28 de outubro de 2002
Queimadas e favelas
Enquanto a prefeitura queima dinheiro do contribuinte em projetos
de maquiagem, a belíssima cobertura vegetal de Laranjeiras vira
carvão. As queimadas são diárias, a favelização é escandalosa. E
nenhuma autoridade toma conhecimento. A mata que antes cobria os
morros é hoje uma grande favela. Senhor prefeito, meio ambiente não
é fazer pracinha e ciclovia. Existe ou não uma Secretaria de Meio
Ambiente? Onde está a Brigada Ecológica?
BETH SARMENTO
(por e-mail, 22/10), Rio
Jornal O Globo, Cartas dos Leitores,
terça-feira, 22 de abril de 2003
Expansão de favelas
Engana-se o prefeito quando garante que a
expansão das favelas no Rio está sob controle. Certamente ele não
tem circulado por Laranjeiras. Sugiro que o faça, ao anoitecer, na
altura das Casas Casadas — perto da Rua Alice — de onde poderá
constatar o faiscar das luzes no meio da vegetação, já na cota mais
alta do APA São José, onde fica a chamada Vila Alice. Além disso,
não foi só a falta de energia do governo anterior que propiciou o
crescimento no período 96/2000. O problema já existia na gestão
anterior do prefeito, àquela ocasião com cerca de 44 unidades
cadastradas pela Secretaria municipal de Habitação. Quantas serão
hoje?
CARLOS EDUARDO BARBIRATO R. GOMES
(por e-mail, 20/4), Rio
Jornal O Globo, Cartas dos
leitores, quinta-feira, 18 de dezembro de 2003
Projeto para favelas
Tem toda razão a leitora Márcia Ruiz (17/12). Na Vila Alice, em
Laranjeiras, havia cerca de 40 barracos cadastrados para
reassentamento à época do primeiro governo Cesar Maia. Hoje, já
temos mais de 70, inclusive verticalizados, e a favela só faz
crescer. A “solução à carioca”, da secretária Solange Amaral, só não
é solução para aqueles que compraram imóvel com muita dificuldade e
vêem seu preço despencar pelo crescimento das comunidades ilegais.
Em 22/4/2003, o secretário municipal de Urbanismo, Alfredo Sirkis,
informou que estava sendo elaborado um projeto de urbanização que
iria conter definitivamente o crescimento daquela favela, o que até
agora não aconteceu.
CARLOS EDUARDO BARBIRATO RIBEIRO GOMES
(via Globo Online, 17/12), Rio
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Última revisão: Fevereiro 1, 2007.
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