Jornal O Globo, Cartas de Leitores,
sábado, 5 de fevereiro de 2000
Expansão de favela
· Escrevo esta mensagem
sob fogo cerrado dos fuzis de traficantes a guerrear, ou comemorar,
ao pé de minha janela. Aliás, o único crescimento flagrantemente
observado no bairro em que resido, o Engenho Novo, foi o da expansão
dos limites da favela, já praticamente circunvizinha ao meu
condomínio, o que me coloca face a face com a sórdida realidade
adubada pela inépcia dos governantes. Mas pérfida mesmo foi a
atitude da Prefeitura; que decidiu - provavelmente por conta do
aludido crescimento, o qual reduziu o valor real de meu imóvel a
patamares ridiculamente baixos - cobrar-me um IPTU 67,6% mais alto
que o referente ao ano de 1999, ou seja, um salto de 198 Ufirs para
332 Ufirs.
PAULO RENÉ VAN BOEKEL
por e-mail, 31/01, Rio
Jornal do
Brasil, A opinião dos leitores, sexta-feira, 10 de dezembro de 1999
Obras
abandonadas
. As obras do
Favela-Bairro no Morro Faz Quem Quer estavam paralisadas há mais de
um ano, abandonadas pela Secretaria Municipal de Habitação. Em 1996,
a comunidade se mobilizou em assembléias setoriais promovidas pela
Associação de Moradores e Amigos de Rocha Miranda para que fossem
apresentadas as prioridades locais ao escritório de arquitetura
contratado para elaborar o projeto. Finalizada a fase de
diagnóstico, a prefeitura atendeu à expectativa dos moradores e
iniciou, no ano seguinte, as obras de infra-estrutura utilizando
mão-de-obra contratada nas favelas do Complexo do Sapê. Quando o
projeto atingia altos índices de aprovação e parecia consolidado, as
obras foram paralisadas sem que fossem esclarecidas as razões.
Embora as obras tenham recomeçado neste final de ano ainda
admire o projeto, sinto-me desrespeitada como cidadã, por não ter
recebido até hoje nenhuma informação satisfatória por parte da
gerência do Favela-Bairro sobre as razões da paralisação. (...) A
comunidade espera que com retomada das obras o projeto de construção
de uma capela da igreja católica com um centro comunitário de
capacitação profissional seja, enfim concretizado, ampliando também
as opções de esporte e lazer da comunidade (...).
Célia Pereira de Araújo -
Rio de Janeiro
Jornal O DIA,
Cartas na mesa, Sexta, 4 de dezembro de 1998.
Obras paradas na favela
As obras da Favela Bairro de
Paciência estão praticamente paradas. Eles se esquecem da favela e
dão prioridade para uma obra de fachada no Conjunto Cesarinho – que
não está no programa – e o local continua com o problema de lama por
todos os lados, principalmente na Rua do Contorno. O valão não foi
terminado e está juntando barro e entulho de lama. Eles estão
fazendo obras no Conjunto Cesarinho e se esqueceram da favela.
As empreiteiras comeram o dinheiro e
foram embora. Colocaram no papel que a obra estava pronta e a
abandonaram.
Carlos de Almeida Queiroz
(Paciência)
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