Jornal O Globo, cartas dos leitores,
dezembro de 1997
Permissividade
. O prefeito Luiz Paulo
Conde está de parabéns pelo conteúdo do artigo "Permissividade,
causa de violência" (29/11). A Associação dos Moradores da Gávea (Amagávea)
espera que o prefeito possa transformar suas idéias em ações o mais
breve possível. Acreditamos ainda que a questão se amplia para além
do âmbito policial, no sentido de se
fazer cumprir as leis em vigor. As várias secretarias
municipais, que ao contrario da polícia são subordinadas ao
prefeito, também precisam contribuir no combate ao desentrosamento e
permissividade mencionados no artigo. Em nosso bairro (e certamente
em muitos outros), temos vários exemplos de
licenças e alvarás concedidos para funcionamento de estabelecimentos comerciais,
clínicas, casas de festas e outras,
em áreas exclusivamente destinadas a uso residencial, onde, por lei,
estas atividades são vedadas.
ELlZABETH WANDERLEY, presidente da
Amagávea (1/12)Rio.
Jornal O Globo,
Cartas dos Leitores, segunda-feira, 17 de janeiro de 2000
Favelas
· No ano
retrasado, O GLOBO publicou reportagem sobre o surgimento das novas
favelas na Zona Sul do Rio de Janeiro. Passaram-se quase dois anos e
constato que nada foi feito no que se refere à ocupação ilegal do
morro da Rua Major Rubens Vaz, na Gávea. Moro nesta rua e vejo,
quase que diariamente, chegar material de construção. São
construções em terreno alheio, sem autorização do proprietário, sem
projeto aprovado, sem alvará de obra e em área de reserva florestal.
Omitem-se, neste casa, os seguintes órgãos: DED VI Região, Crea-RJ,
Ibama e Administração do Jardim Botânico. Hoje são cerca de 35
casas. Para termos uma idéia de como isso estará em dez anos, caso
não seja feito nada, basta olharmos para a maioria dos morros de
nossa cidade.
JOÃO CARLOS DE CASTRO BRAGA
(12/01), Rio
Nota: O
bairro do Leblon é um dos poucos na cidade que não possui favela
Jornal O globo, carta dos leitores,
Segunda-feira, 4 de janeiro de 1999
Moradores de rua
. Com incrível descaso das
autoridades, está nascendo uma favela na esquina das ruas Dias
Ferreira e Bartolomeu Mitre, no Leblon. Cresce semanalmente a
comunidade de "sem-terra" mas com cachaça, que reúne adultos,
crianças e cães em frente à loja Rachel Design, a 200m do batalhão
da PM. É promíscua e constrangedora a imundície, para moradores e
passantes, que são interpelados e convidados a contribuir,
forçosamente, para a farra.
Falta governo e vontade.
ORLANDO J. D. CORRÊA
(por e-mail, 27/12), Rio
Jornal O Globo, Cartas dos Leitores,
domingo 5 de setembro de 1999
Degeneração urbana
. Há 40 anos morando no
Leblon é assustador observar a quantidade de crianças e mendigos nos
sinais de transito e avenidas, pedindo dinheiro. A média de idade é
chocante. São crianças pequenas com bebês no colo. Futuros pivetes
ou mendigos. Onde estão as autoridades?
MARIA AMÉLIA MELO
(por e-mail, 3/09) Rio
Jornal do Brasil,
A Opinião dos leitores, domingo, 26 de dezembro de 1999
População de
rua
. É assustador o aumento
de mendigos nas ruas nobres dos bairros do Leblon e de Ipanema, sem
que se perceba a mínima intervenção do poder público para prestar
uma assistência efetiva a essas pessoas alijadas da sociedade,
muitas das quais estão migrando para a nossa cidade, em decorrência
da tolerância absurda do governo estadual, que nada faz para sanar o
problema. No Jardim de Alá, por exemplo, na ala ao lado da Lagoa,
principalmente às margens do canal, hordas de desocupados estão
transformando aquele logradouro numa lixeira, que está poluindo,
inclusive, suas águas, para não mencionar a insegurança que se
instalou para os desavisados que transitam pelo local. O que o
eleitor espera é uma atuação das autoridades responsáveis.
Sergio Martins Vianna -
Rio de Janeiro.
Jornal O
Globo, Cartas dos leitores, 23 de fevereiro
de 2001
Acampados na
praça
Mais uma favela desponta
na cidade, desta vez na Praça Atahualpa, no Leblon. Acham-se
acampadas umas 15 pessoas, com suas trouxas, papelões e barracas de
praia enormes. As necessidades são todas feitas ali mesmo, pelos
casais, pelas crianças, pelo deficiente físico em cadeira de rodas.
Os casais à noite agridem. São sopapos e gritaria. E este é o
bairro que ainda. dizem estar na moda.
SONIA PIMENTA
(por e-mail, 22/2), Rio
É degradante o estado em
que se encontra a nossa orla. Caminho pela manhã e, em vez de
desfrutar da beleza que a natureza me oferece, defronto-me com a
imundície em que se transformaram as areias da praia, sujas,
fétidas, com famílias inteiras dormindo no meio de sacos e latas, em
cabanas feitas com plásticos e pedaços de papelão. Nossas areias não
podem virar moradia de sem-teto. Para isso deve haver albergues.
Perguntei a um guarda municipal quando iriam tirá-los dali e fui
informada de que estavam fiscalizando os ambulantes. Disse-me que
fizesse uma denúncia. Mas denúncias é o que vejo diariamente no
jornal. Será preciso mais?
TÂNIA DE SÁ
(por e-mail, 16/2), Rio
Jornal O Globo, Cartas dos Leitores,
terça-feira, 22 de abril de 2003
Expansão de favelas
Ao contrário do que o prefeito Cesar Maia
diz no GLOBO de 20/4, as favelas estão, sim, crescendo
horizontalmente. Moro no Leblon e de minha casa posso ver a
devastação que está sendo feita na Gávea. De dia aparece uma imensa
nuvem de fumaça, proveniente da queima de árvores que fazem parte da
Mata Atlântica. À noite, um imenso cordão de luzes se estende em
ritmo acelerado. Onde está a prefeitura que parece nada ver?
EULÁLIA MARIA FERNANDES E SOUZA
(por e-mail, 20/4), Rio
Jornal O globo, Cartas dos Leitores, sábado, 13 de dezembro de 2003
Favelas inchadas
. Concordo com o leitor Daniel Costa ("Encostas do Rio". 2/12). O notório projeto Favela-Bairro visava a transformar as favelas em bairros, incorporá-las à cidade e conter sua
expansão, já que os idealizadores do projeto diziam que as favelas seriam muradas como cidades medievais para demarcar seus limites. Não é necessário ir longe para ver que muito dinheiro foi jogado fora e
nenhum dos objetivos foi atingido. Dois anos atrás, da altura da Maria Quitéria, em Ipanema, não era possível ver a mata sendo queimada no Vidigal e na Rocinha e barracos sendo construídos, senão em novas
áreas de desmatamento, na laje da casa do pai. Nem mesmo o programa de saneamento funcionou. Na encosta da Avenida Niemeyer, pouco antes do Motel Vips próximo ao Vidigal, onde escorria água de chuva, agora
escorre esgoto produzido por novos barracos que invadiram a mata a ponto de quase se conectar ao condomínio da Ladeira das Yucas. Como é possível permitir que uma das avenidas mais paradisíacas do Rio se torne
numa fonte de vergonha considerando-se esta uma das rotas dos ônibus de turismo internacional?
MAURO BERNARDO (por e-mail, 7/12), Rio
Jornal O Globo, Cartas dos Leitores, segunda-feira, 16 de outubro de 2006
Favelas a rodo
O responsável pelo mapeamento das favelas nos morros da Zona Sul declara que estas se expandem agora verticalmente, e não mais horizontalmente. Mentira. Moro há 30 anos em
Ipanema, de frente para o Morro Dois Irmãos e Pedra da Gávea. O que eram pontos de luz à noite, esparsos entre as árvores, hoje se transformaram numa iluminação feérica, tomando enorme área da antiga floresta.
Sinto-me impotente ao ver aquele mar de pontos de luz todos gatos pagos por nós, destruindo a riqueza de todos. Lamento ter votado em Cesar Maia. Ao contrário das exigências que se faz a um morador do asfalto, no
morro barracos se reproduzem de qualquer maneira.
CELY AGHINA CANETTI (por e-mail, 9/10), Rio
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Última revisão: 22 outubro 2007
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