Jornal O Globo, cartas dos
leitores, Segunda-feira, 4 de janeiro de 1999
Ruas alagadas
. Nós, moradores do Itanhangá,
não agüentamos mais ficar ilhados em casa quando chove, preocupados
sem saber se nossos filhos vão conseguir voltar para casa, não
agüentamos mais quebrar o carro e furar o pneu nos buracos, não
suportamos mais pagar IPTU de Itanhangá e morar em Rio das Pedras.
Pedimos providências imediatas contra o estado das estradas
Engenheiro Souza Filho, de Jacarepaguá e do Itanhangá. O verão esta
aí, as chuvas ainda não chegaram ao ponto máximo e já está tudo
alagado. Vamos ficar cada vez mais ilhados.
FRANCISCO VILLAÇA
(por e-mail, 29/12), Rio
Jornal O Globo,
Cartas dos Leitores, Quinta-feira, 19 de novembro de
1998
Itanhangá
. Parabéns ao GLOBO
pelas recentes reportagens sobre a expansão e a verticalização da
favela Rio das Pedras. A situação demonstra claramente o descaso das
autoridades governamentais com a região da Baixada de Jacarepaguá.
Mas o risco atinge também o Itanhangá, Barra da Tijuca, pois, se
algo não for feito imediatamente, a favelização cobrirá toda a
encosta do Alto da Boa Vista, descendo para São Conrado até a
Rocinha, iniciando-se na já existe favela da Rua Itajuru, no
Itanhangá . Vai se formar o maior complexo de barracos em forma de
prédios de mundo, comprometendo toda a região da Barra da Tijuca.
Pior, em épocas de chuvas, as encostas desmatadas vão se tornar um
grande escoadouro das águas poluídas e cheias de lixo, pondo em
risco todas as residências local. O problema já ocorreu recentemente
no próprio Itanhangá, junto às ruas Itália Fausto e Engenheiro Neves
da Rocha.
NELSON GONDIN DEJORI
(16/11), Rio
Jornal O Globo, carta de
leitores, 23 de outubro de 1998
Favela
. Como fazia um certo tempo
que eu não passava pela Estrada do Itanhangá, fiquei chocada com o
tamanho da favela ali existente. Já é visível, de longe, um rasgão
na Mata Atlântica. E o mais grave é que a expansão continua à luz do
dia, pois vários focos de fumaça são vistos morro acima. O que me
impressiona é que essa favela é praticamente dentro de um condomínio
de luxo, residência de pessoas influentes, cujas casas,
naturalmente, estão se desvalorizando.
ELVIRA CARVALHO
(12/10)Rio
Jornal O Globo, Globo Barra,
quinta-feira, 20 de janeiro de 2000
Favela
. Morando há
cinco anos no Bosque do Marapendi, de meu apartamento vislumbro o
crescimento vertiginoso da Favela do ltanhangá, em plena Reserva
Florestal do Maciço da Tijuca. Como carioca, amante orgulhoso de
nossa cidade, fico extremamente revoltado com o descaso das
autoridades públicas em coibir essa degradação urbana. Gostaria que
a Prefeitura e o Ibama apresentassem à população da cidade uma
solução para o problema.
Emerson Melo
Itanhangá
Jornal O globo, cartas
dos leitores, terça-feira, 05 de agosto de 2003
Favela crescente
Levei um susto ao ver no jornal de hoje (4/8) a fotografia aérea da
Favela Rio das Pedras. Como se deixou crescer um monstro desse
tamanho? Dizer depois que é impossível remover é coroar a
irresponsabilidade e a incompetência. Está na hora de os governantes
responderem por crime de responsabilidade administrativa. Só para
lembrar, isso é o resultado de não ter se implantado, décadas atrás,
uma política séria e responsável do controle de natalidade nessas
camadas mais pobres. E se nada for feito a partir de agora, como
isso estará daqui a 10 anos?
JOSÉ ANTÔNIO PORTELLA DA SILVA
(por e-mail, 4/8), Rio
Jornal O Globo, Cartas dos leitores,
30 de outubro de 1998
Vidigal
· Com as obras de reurbanização do
Projeto Favela Bairro Vidigal, que consistiu, entre outras coisas,
na pavimentação e drenagem da Travessa Bela Vista, foi feito um
rebaixamento desta travessa, que causou um desnivelamento na muralha
que divide o terreno do condomínio Pedra Bonita e a ruela. Isso
causou rachaduras no terreno do prédio, danificando a rede de
esgotos e a caixa de gordura. A GeoRio emitiu laudo à OAS, empresa
que executou os serviços, para que esta recuperasse o sistema de
esgoto do prédio além de refazer todas as ancoragens da cortina.
Desde o dia 27 de janeiro de 1997, quando se fez contato com a sra.
Ana Luna, engenheira responsável pelas obras da OAS no Vidigal, não
foi tomada nenhuma providência. Os moradores do condomínio Pedra
Bonita temem o desabamento da cortina.
CARLA FERNANDES e EVERALDO
GUERRA
(por e-mail, 19/10)
Jornal O Globo, Cartas dos leitores,
Sábado, 3 de abril de 1999
Floresta
· Apesar de muitas reuniões das
autoridades para tratar do assunto, nenhuma providência foi tomada
para evitar a expansão da Favela do Vidigal e o desmatamento do
Morro Dois Irmãos. Há três anos, a favela do Vidigal ainda não era
visível da Praia de São Conrado. A cada dia que passa ela avança
mais em direção ao Condomínio Ladeira das Yucas (Av. Niemeyer, 750)
e ao Hotel Intercontinental e, à noite, torna-se bem mais visível da
Praia de São Conrado pela quantidade de lâmpadas. Se o Governo não
agir imediatamente para preservar a floresta da Avenida Niemeyer, a
cidade corre o risco de perder uma de suas vistas mais belas e parte
de seu patrimônio turístico que contribui para a maior fonte de
renda do Rio, que é o turismo.
MANOEL C. DE SOUZA
(por emai1, 29/03), Rio
Jornal O Globo, Cartas
dos leitores, domingo, 2 de maio de 1999
Expansão do Vidigal
. Em resposta ao leitor Manoel C. de
Souza, (3/4), sobre a favela do Vidigal, informo que a comunidade
não está crescendo além dos limites estabelecidos e que não houve
qualquer invasão na direção de São Conrado. Em 1996 foram demolidas
pela prefeitura 63 casas que se encontravam em área de risco e as
famílias foram reassentadas na própria comunidade. Esse dado é
comprovado através de levantamento topográfico realizado em 95 -
antes da implantação do Programa Favela-Bairro na área -, que pode
ser comparado com foto atual da região. A expansão das construções
do Vidigal encontra-se controlada nos limites estabelecidos pelo
Favela-Bairro e pela fiscalização do Posto de Orientação Urbanística
e Social (Pouso) da prefeitura. Quem olha de São Conrado talvez
esteja percebendo o crescimento vertical, ou seja, a construção de
um segundo pavimento em cima de casas que já existiam. Mesmo na
questão do número de pavimentos permitidos para o local, informo que
está sendo elaborada pela Secretaria municipal de Habitação, em
conjunto com a Secretaria municipal de Urbanismo, uma legislação
urbanística (três pavimentos, no máximo em algumas áreas e dois
pavimentos em outras).
TÂNIA CASTRO
coordenadora do Pouso, da Coordenadoria de Acompanhamento da
Secretaria municipal de Habitação
(22/4), Rio
Jornal O Globo, Cartas
dos leitores, segunda-feira, 11 de maio de 1999
Expansão do Vidigal
. Não me parece consistente a
resposta de d. Tânia de Castro, da Secretaria de Habitação (2/05),
ao leitor Manoel C. de Souza, quando alega que este estaria
confundindo o acréscimo de novos pavimentos com a ampliação
horizontal da comunidade do Vidigal. Trabalhando na Barra e
residindo em São Conrado, tenho acompanhado compungindo o
vertiginoso crescimento de construções na vertente voltada para São
Conrado, fato mais nítido à noite quando as luzes tornam mais
definidos os novos limites daquele bairro. A alegação de dona Tânia
me parece uma tentativa de ocultar uma evidência, na falta absoluta
de solução urbanística para o problema e soa como uma confissão de
impotência da Prefeitura diante da inexorabilidade de um processo
social sobre o qual perdeu o controle.
ALVARO L. R. GONÇALVES
(4/05), Rio
Jornal O Globo, Cartas dos
leitores, segunda-feira, 17 de maio de 1999
Favela crescente
· A respeito da carta do sr. Alvaro
L. R. Gonçalves sobre o crescimento da Favela do Vidigal, é claro
que ele tem razão. A favela cresce, assustadoramente, para todos os
lados. Basta olhar da Avenida Vieira Souto, cartão-postal do Rio,
preferida dos turistas estrangeiros, para ver o rasgão na mata cada
dia maior. Uma agressão visual incontrolável, já que as autoridades
negam-se a admitir o fato. É pena uma cidade tão bonita estar tão
abandonada.
ELZA VIANNA
(12/05), Rio
Jornal O Globo, Cartas dos Leitores,
sexta-feira, 28 de abril de 2000
Invasão de
encostas
. Concordo com o leitor
Daniel Biato, que diz ter vontade de invadir uma área junto à praia
ou com vista para a Lagoa. Ou que tal invadir o que resta da área
nobre do Itanhangá? Porque as outras áreas como Avenida Niemeyer,
Fonte da Saudade, Recreio, Ipanema, já invadidos, continuam em plena
expansão, com conivência do prefeito. Como se não bastasse,
interditaram uma pista da Avenida Niemeyer, prejudicando toda a
população que usa a via para ir trabalhar. Isto para embelezar a
Favela do Vidigal, que, além dos transtornos que acarreta, ainda
agride um dos cartões-postais da cidade!
HELENA M. CORREIA
(25/4), Rio
Jornal O Globo, Cartas de
Leitores, terça-feira, 2 de maio de 2000
Opção de moradia
. Gostaria de
demonstrar minha indignação com a declaração da leitora Helena M.
Correia. Sou morador da Favela do Vidigal e nem por isso digo que os
prédios construídos em frente à praia agridem o cartão-postal. Somos
moradores desta localidade que é igual a qualquer outra. A única
diferença é que somos de classe baixa e a Prefeitura está
trabalhando junto com a Associação de Moradores para nos dar
melhores condições de vida e impedir o crescimento desordenado da
favela. A interdição da Avenida Niemeyer deve-se à construção de uma
calçada, pois os atropelamentos de pedestres e ciclistas eram
constantes. As favelas existem, pois não temos outra alternativa e,
sendo esta a nossa realidade, não vamos nos esconder da sociedade.
WALMIR SILVA
(por e-mail, 28/4), Rio
Jornal O Globo, Cartas dos leitores,
segunda-feira, 28 de outubro de 2002
Queimadas e favelas
Não é possível que as autoridades não
percebam e impeçam o avanço da favela do Vidigal no sentido São
Conrado. Além da destruição da floresta num dos cartões-postais do
Rio, em frente ao mar, existe o risco de união das favelas, criando
o favelão Vidigal-Rocinha. Teremos então outro complexo igual ao do
Alemão, em plena Zona Sul: o Complexo Dois Irmãos.
PAULO JOSÉ DA SILVA BRAGA
(por e-mail, 23/10), Rio
19/12/2003 |
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Casa demolida
Hoje li no GLOBO que mais uma casa foi demolida no Joá.
Gostaria de saber qual é o critério usado para determinar
quais as áreas de preservação ambiental. Concordo que deva
haver uma fiscalização rígida, mas não entendo por que
outras áreas de preservação (como o Morro do Vidigal) não
têm o mesmo tratamento que as autoridades estão dando aos
moradores das casas demolidas. E se fossem barracos,
seriam derrubados? Vejo que nenhuma dessas autoridades se
mete nas favelas resultantes do desmatamento de áreas que
deveriam ser de preservação. Mas com pessoas que pagam
seus impostos em dia acontecem as coisas mais
extraordinárias, como, por exemplo, ficar sem casa para
morar.
JULIANA RIBAS
(via Globo Online, 18/12), Rio
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Jornal O Globo, cartas dos leitores, terça-feira, 25 de setembro de 2007
Favelas crescem
O crescimento das favelas foi reduzido? Este problema é incontestável, menos para o nosso prefeito. A Favela do Vidigal, até há pouco tempo, não era vista da Praia de São Conrado.
Agora ela aparece com clareza na teoricamente intocável Mata Atlântica.
Eitel Roberto Nogueira de Sá
(por fax, 18/09), Rio
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Última revisão: setembro, 2007