Reportagens 20071
"Moça, no morro ninguém tem sonhos"
Edna Ezequiel (moradora do morro dos Macacos e mãe de Alana, 12 anos, morta por bala perdida, em 05/03/07) |
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Reportagens ( 11ª parte) |
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Reportagens 2007
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Topo TÓPICO 1
Medida para combater o déficit de moradias |
Jornal do Commercio, Ana Carolina Diniz, 17 de janeiro de 2007
Secretário propõe a prefeitos a isenção do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis
O déficit estimado de moradias no estado do Rio é de 800 mil, principalmente da população de baixa renda, segundo estudo da secretaria de Habitação. Para combater o problema, o secretário da pasta, Noel
de Carvalho propôs aos prefeitos fluminenses a isenção da cobrança do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que representa 2% do valor da casa, e do IPTU (durante o período de financiamento),
além de não haver cobrança do Imposto sobre Serviços (ISS) durante o período de obra.
Em contrapartida, o secretário vai negociar com o governador Sérgio Cabral a isenção ou a desoneração da cobrança de 4% de Imposto Sobre Transmissão Causa
Mortis e Doação de Qualquer Bem ou Direito (ITD). Carvalho e Cabral participaram do I Encontro Estadual de Habitação, que contou com a presença do ministro das Cidades, Márcio Fortes, e de prefeitos. No
evento, o governo estadual aderiu ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e Cabral assinou acordo de cooperação técnica com o ministério.
O secretário também pediu que as prefeituras criem fundos de habitação, com assessoria de técnicos do governo do estado. "A União, por exemplo, tem 1 milhão
de imóveis no Rio que podem ser passados para o estado a custo zero", afirmou Carvalho, dizendo que apenas 10% destes locais estão cadastrados e regularizados.
Rocinha. Cabral afirmou que o governo federal vai reeditar a Medida Provisória que prevê o repasse de R$ 60 milhões a serem investidos na Rocinha. Segundo
ele, o estado vai dar contrapartida de R$ 12 milhões para o projeto. "Falei com a ministra Dilma Rouseff (Casa Civil) ontem (segunda-feira) e a ministra está preparando a medida provisória para ser
publicada e em seguida já começamos a trabalhar", disse. O recurso destina-se a melhorias no acesso ao local, a partir de projeto urbanístico formulado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil. O projeto
prevê melhorias em ruas e cercas para evitar a expansão da favela, que tem população estimada em 100 mil pessoas.
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TÓPICO 2
Déficit de 711 mil moradias |
Jornal do Brasil, 28 de janeiro de 2007
O Rio é responsável por 10% de todo o déficit habitacional do país. Pessoas que moram em favelas ou em áreas de risco somam pelo menos 711 mil pessoas de
acordo com os números oficiais do IBGE. No país, a dfra chega a sete milhões. O sindicato da Construção Civil, com apoio da Federação das Indústrias do Estado (Firjan) já apresentou projeto para a
construção de 200 pequenos bairros em áreas ociosas da Região Metropolitana. O objetivo é oferecer financiamento para a compra da casa própria com a ajuda do governo. Nas contas do Sinduscon, pelo menos
100 mil unidades poderiam ser construídas próximas a estações de trem em Deodoro, Senador Camará, Santíssimo, Santa Cruz, Belfordroxo Japeri, Queimados, Austin, Gramacho.
Um pequeno bairro teria até 500 apartamentos, cada um com 46 m2.
Estudos mostram que 60% alugam casas em favelas. O objetivo é que usem esse dinheiro para pagar pela casa própria diz Roberto Kauffrnann, presidente do
Sinduscon e do conselho empresarial da indústria da construção da Firjan. As prestações partiriam de R$ 17. E o sonho da casa própria para quem ganha até cinco salários mínimos.
O governo federal chegou a anunciar R$ 10,4 bilhões para ampliar o número de mora¬dias no país de acordo com o Plano de Aceleração de Crescimento (PAC). De
última hora, entretanto, boa parte do investimento foi retirada |
Voltar ao Topo TÓPICO 3
FGTS irá para habitação Popular |
Folha de São Paulo, 27 de janeiro de 2007
Mesmo sem ter incluído no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) a transferência dos recursos arrecadados com a multa extra de 10% paga por empresários
que demitem sem justa causa ao FGTS para financiar programas na área de habitação, o governo irá utilizar o dinheiro para esse fim. De acordo com o que informou à Folha o ministro Guido Mantega (Fazenda),
o R$ 1,4 bilhão que o FGTS recebe anualmente com a cobrança dessa multa extra servirá para engordar o orçamento de um programa já existente que subsidia a compra da casa própria para famílias que ganham
até cinco salários mínimos.
O aumento da verba prevista para o programa para este ano de R$ 1,2 bilhão para R$ 2,6 bilhões deverá ser aprovado na próxima reunião do Conselho Curador do
FGTS.
Com isso, o governo tentará se livrar da polêmica gerada com o empresariado sem abrir mão dos recursos.
Desde que anunciou, no ano passado, que pretendia manter a cobrança da multa, que foi criada em 2001 para pagar perdas dos trabalhadores com os planos Verão
e Collor l, a equipe econômica tem se enfrentado com os empresários, que queriam que ela fosse extinta.Isso porque o governo encerrou o pagamento da dívida com os trabalhadores que havia sido parcelada. O
último lote foi pago este mês.
Conforme antecipou a Folha, o problema é que a lei que criou a multa não previu a sua extinção. Com isso, o governo quer manter a contribuição para reforçar
o caixa e financiar parte do PAC. Os empresários exigem que, nesse caso, pelo menos a multa seja reduzida de 10% do valor do saldo na conta do trabalho na hora em que ele é demitido para 5%.
"Não tenho simpatia pela redução", afirmou Mantega, ontem à Folha, antes de embarcar da Suíça para o Reino Unido, onde participa de uma série de encontros
com investidores internacionais. Segundo o ministro, o governo "precisa de recursos para aumentar o total destinado a subsídios para moradia e a lei [que instituiu a multa] ainda está em vigor". Como o
dinheiro entra no caixa do FGTS e não é carimbado, Mantega explicou que basta o Conselho Curador do Fundo aprovar o aumento da verba para esse programa.
Dessa forma, o governo se livra do risco de enviar um pro-jeto de lei ou uma MP para o Congresso Nacional e os congressistas reduzirem o percentual da multa. |
Voltar ao Topo TÓPICO 4
Serão erguidos entre 250 e 400 apartamentos |
Jornal O Globo, Daniel Engelbrecht , 29 de janeiro de 2007
A proposta da Emop, numa primeira fase, é criar na localidade conhecida como Cidade Nova, no centro da Rocinha, uma área exemplar, de 5,6 hectares, onde
seriam construídos uma creche, uma unidade préhospitalar e prédios, totalizando entre 250 e 400 apartamentos de um, dois e três quartos.
Esses edifícios seriam usados para abrigar moradores que precisassem ser realocados em virtude do alargamento da Rua 4 e da abertura de uma nova via para carros, que seria chamada Rua 2 (continuação da
Rua do Valão).
A abertura e o alargamento dessas vias, que passam pelo coração da Rocinha, são importantes para melhorar a prestação de serviços e o acesso dos turistas diz Moreno.
A primeira fase da urbanização englobaria ainda a construção de uma fábrica de prémoldados, do chamado arco viário e de um centro esportivo, ao lado do Ciep Ayrton Senna, na Auto-Estrada LagoaBarra, todos
seguindo a linha ecologicamente correta. Uma "praçarela" (mistura de passarela com praça) faria a ligação com a Via Ápia. Junto ao centro, funcionaria ainda uma segunda creche e uma cooperativa de
catadores.
'Queremos trazer a cidade para dentro da Rocinha'
Segundo o presidente da Emop, nenhum morador será removido da comunidade por causa da urbanização. A declaração tem por objetivo tranqüilizar a população,
inquieta com tantas novidades. O presidente da União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha (UPMMR), William de Oliveira, lembra que todas as idéias vão ser discutidas em reuniões e seminários na
própria Rocinha.
Serão elaborados uma base de mapas e um censo comunitário para orientar as obras.
Queremos trazer a cidade para dentro da Rocinha e ser um exemplo. Por isso, tem que ser tudo do melhor. Vamos dialogar e, se os moradores acharem que podem confiar, tenho certeza de que tudo que está
sendo planejado vai acontecer e a qualidade de vida vai melhorar diz Oliveira.
O arquiteto Luiz Cláudio Toledo, do escritório Mayerhoffer & Toledo vencedor do concurso promovido pelo estado para escolher o plano de reurbanização da
Rocinha acredita que uma versão definitiva do Plano Diretor só fique pronta no final do ano. As obras consideradas essenciais, como os prédios de apartamentos, a fábrica de pré-moldados e a unidade
pré-hospitalar, no entanto, poderiam começar já no segundo semestre, de acordo com ele.
Dependemos apenas da assinatura do contrato com o governo para iniciar os projetos executivos destaca.
Um total de R$ 72 milhões, sendo R$ 60 milhões do governo federal e R$ 12 milhões do estadual, já está reservado para as obras.
Prédios ecologicamente corretos na Rocinha
Responsável pelas obras de urbanização que prometem mudar a cara da Rocinha, a Empresa de Obras Públicas (Emop), do governo do estado, pretende adotar o
conceito de green building , ou construção sustentável, nas obras que vierem a ser realizadas na favela. Nascido nos Estados Unidos ena Europa, na década de 70, o conceito abrange maneiras de construir
com o menor impacto ambiental possível e com maiores ganhos sociais. Como O GLOBO noticiou ontem, a Rocinha deverá também ganhar um plano para ter seu potencial turístico explorado de forma organizada. As
propostas em estudo incluem a criação de um corredor cultural, destacando, por exemplo, imóveis de interesse histórico.
Entre as técnicas que deverão ser aplicadas nos prédios na Rocinha estão a captação de água da chuva, a instalação de painéis de energia solar, o uso de materiais recicláveis e a construção de telhados
verdes. Entre as técnicas que deverão ser aplicadas nos prédios na Rocinha estão a captação de água da chuva, a instalação de painéis de energia solar, o uso de materiais recicláveis e a construção de
telhados verdes.
Segundo o presidente da Emop, Ícaro Moreno, o conceito será aplicado em todos os prédios que vierem a ser erguidos nas obras previstas no Plano Diretor Participativo, que está em discussão. Para orientar
o trabalho, foi criada uma Divisão de Novas Tecnologias na Emop.
As vantagens de se adotarem essas técnicas são muitas, incluindo a diminuição nos custos de manutenção. Aágua da chuva pode ser utilizada, por exemplo, no esgotamento sanitário, barateando a conta de
água. Já o telhado com plantas não deixa os prédios esquentarem tanto, diminuindo o uso de ar-condicionado exemplifica Moreno. |
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TÓPICO 5
Baixa renda terá ajuda para comprar casa própria |
Extra, Maria Fernanda Blaser, 28 de janeiro de 2007
O subsídio maior para a baixa renda realizar o sonho da casa própria deve ser anunciado nas próximas semanas pelo governo federal. Representantes do
Ministério da Fazenda vão se reunir, nos próximos dias, com os bancos privados e a Caixa Econômica Federal. O objetivo é discutir como a compra do imóvel será subsidiada para os mutuários de menor renda.
A idéia inicial do governo era abater dois terços da dívida do mutuário com renda de até cinco salários mínimos (R$ 1.750), mas a proposta está praticamente
descartada.
- Esta forma de subsídio não deu certo no passado. Isso porque os mutuários vendiam os imóveis financiados e nem sempre os compradores tinham direito ao
subsídio - explica o diretor geral da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Osvaldo Correa Fonseca.
Mais mutuários
O novo subsídio poderá ser implantado na forma de desconto, e com isso poderá ser ampliado para mutuários que ganham até dez salários mínimos (R$ 3.500):
- É possível, por exemplo, dar desconto para quem paga a parcela em dia.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia anunciado no ano passado que a compra da casa subsidiada seria incluída no Pacote de Aceleração do Crescimento (PAC),
anunciado na última segunda-feira pelo presidente Lula. |
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TÓPICO 6
CBIC defende mais verbas para habitação popular |
CBIC, 19/janeiro/2007
Em evento realizado no dia 15 de março, em Brasília, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), representada pela grande maioria
do seu Conselho de Administração e de vários empresários do setor, recebeu, para um café da manhã, 76 parlamentares federais de todos os partidos políticos e de todas as regiões do país.
Na ocasião, o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, fez uma breve apresentação da entidade e transmitiu aos senhores senadores e deputados
federais presentes posição do setor a respeito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), recentemente lançado pelo governo federal.
Paulo Simão ressaltou o caráter desenvolvimentista do PAC, um plano de obras muito bem organizado, que foi criado a partir de critérios muito
corretos, que privilegiaram a retomada de obras paralisadas, a recuperação do patrimônio destruído, o retorno econômico e social para o país e a sinergia entre projetos.
A CBIC também vê no lançamento do PAC a decisão correta do governo em priorizar, neste segundo mandato, uma política econômica e social que
fortaleça o mercado interno com melhoria do ambiente de negócios, ênfase nos investimentos em infra-estrutura, principalmente por meio da iniciativa privada e das empresas estatais e preocupação com a boa
gestão do programa.
Dois pontos específicos do PAC foram ressaltados na apresentação da CBIC - a habitação popular e a revisão da Lei 8666/93, que orienta os
processos licitatórios no país.
O presidente Paulo Simão deixou claro que a verba destinada pelo PAC para a construção de novas moradias populares é absolutamente
insuficiente para as metas ali traçadas, ou seja, a construção de quatro milhões de unidades. Na realidade, ficou demonstrado que, mesmo para uma meta mais modesta - 1,6 milhão de novas unidades -, ainda
faltariam R$ 19 bilhões. Esta meta de 400 mil novas moradias por ano foi estabelecida no trabalho elaborado pela União Nacional da Construção (UNC), em conjunto com a FGV, e apresentado ao Presidente da
República em dezembro de 2006.
Dentro dessa realidade, a CBIC solicitou aos parlamentares presentes que avaliassem com profundidade a possibilidade de rejeitar a MP 349, que
retira recursos do FGTS para obras de infra-estrutura, quando, na realidade, o programa de habitação popular, finalidade primeira do fundo, ainda está longe de ser cumprido.
Ainda sobre o tema, a CBIC defendeu a alocação de R$ 300 milhões no Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), recursos esses que alavancariam
R$ 2 bilhões adicionais do FGTS e permitiriam a contratação imediata de mais 63 mil novas unidades em projetos do Programa de Arrendamento Residencial (PAR). Atualmente encontram-se aprovados na Caixa,
sem alocação de verba, R$ 1,2 bilhão em projetos, além de mais de outros R$ 800 milhões em processo de aprovação. Os R$ 300 milhões defendidos pela CBIC sairiam da verba de subsídio de R$ 2 bilhões/ano,
estabelecida pelo governo no PAC, para apoiar os programas de habitação.
Em relação ao projeto que propõe mudanças na Lei 8.666/93, o presidente da CBIC chamou a atenção dos parlamentares para os riscos que o
contratante público corre ao utilizar a inversão de fase e a modalidade de pregão nas licitações que envolvem obras públicas, ou mesmo serviços de engenharia considerados comuns, o que poderá levar ao
comprometimento da segurança e da qualidade das obras.
Até mesmo a agilidade que se busca com a introdução dos novos instrumentos poderá não se confirmar, pois esse procedimento prejudica a isenção
do administrador público ao analisar a documentação técnica e financeira do eventual vencedor da primeira fase. A CBIC entende que o mais adequado seria que a Lei 8.666/93 fosse analisada em seu todo, num
prazo compatível com a complexidade do tema.
Ao final do evento, foi distribuído farto material para todos os presentes, contendo em detalhes as informações e posições da CBIC
apresentadas no evento.
Para acessar o material distribuído no evento, clique nos links abaixo:
Regime Especial Tributário para Habitação de Interesse Social
Porque rejeitar a Medida
Provisória 349
Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC)
Avaliação
e Posicionamento da CBIC - O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a Habitação de Interesse Social (HIS)
PL
7.709/2007, que altera dispositivos da Lei nº 8.666/93, de Licitações e Contratos Públicos
Alguns posicionamentos e projetos de interesse do setor da construção
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Topo TÓPICO 7
1.564 casas para começar |
Jornal O Dia,Cristina Campos, 21/mar
O governo do estado lança oficialmente amanhã, na Central do Brasil, a campanha habitacional com a oferta inicial de 1.564 unidades em cinco
municípios. Entre eles está o de São Gonçalo, com 500 imóveis, pelo Programa de Arrendamento Residencial (PAR). A parcela será de R$ 263,87. No valor já está incluído o condomínio.
Em Mesquita outra cidade beneficiada, serão 264 unidades, com prestações de apenas R$ 247,78. O restante das moradias será distribuído entre
Campos, Teresópolis e Município do Rio.
Segundo o vice-presidente da Cehab (Companhia Estadual de Habitação), Maurício Nascimento, os empreendimentos de São Gonçalo e Mesquita vão
beneficiar famílias com renda que varia entre R$ 880 e R$ 1.200.
BANCO DE DADOS
A campanha favorece a servidores públicos estaduais, mas também é aberta à população em geral. O estado quer captar a demanda para construir as
moradias. Por isso, conforme O DIA antecipou com exclusividade em janeiro, está cadastrando interessados pelo site www.cehab.rj.gov.br/demanda.
O modelo já é usado com sucesso pela Prefeitura do Rio. Mais informações pelo telefone (21) 2299-3355.
A idéia é descobrir em qual tipo de moradia os servidores e a população em geral estão interessados. Segundo o secretário de Habitação, Noel de
Carvalho, haverá um banco de dados detalhado com toda a demanda cadastrada. Estão sendo distribuídos 20 mil cartazes pelo estado, e os mais de 460 mil servidores receberam no último
contracheque o aviso da campanha.
O governo vai disponibilizar linhas de financiamento da Caixa Econômica Federal aos interessados. Na maioria delas, é possível usar saldos do
Fundo de Garantia para dar entrada nos financiamentos. Para funcionários públicos, o uso do FGTS de mulheres e maridos também é liberado. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do
Rio, déficit habitacional no estado chega a 700 mil unidades.
Caixa vai socorrer Morar Feliz
O governador Sérgio Cabral anunciou que 4 mil casas populares que estão inacabadas serão concluídas pelo governo do estado, com recursos da Caixa
Econômica Federal. A construção das habitações, destinadas para famílias com renda máxima de R$ 300, começou na gestão Rosinha Garotinho.
O banco destinará R$ 40 milhões para acabar os projetos, que fazem parte dos programas Morar Feliz que oferecia casas a R$ 1 , Padem e Habitar Brasil. Não serão cobradas prestações.
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Topo TÓPICO 8
Manifestação contra ameaça de remoção em Jacarepaguá |
Jornal do Commercio, Felipe Werneck ,28/mar
A ameaça de remoção levou ao asfalto cerca de 200 moradores de favelas próximas à Vila Pan-Americana, em Jacarepaguá, onde ficarão instalados
os atletas dos jogos, em julho. A presença de policiais militares foi ostensiva e a manifestação, pacífica. A prefeitura pretende remover cerca de 500 casas da favela do Canal do Anil, que fica ao lado da
Vila do Pan. O protesto durou cerca de duas horas.
Os manifestantes saíram da favela carregando faixas e caminharam pela Avenida Ayrton Senna até a entrada dos 17 prédios da vila, que têm 1.480
apartamentos vazios. Eles fecharam por alguns minutos a pista no sentido Barra da Tijuca-Linha Amarela, mas não houve tumulto. Um morador segurava a faixa "Pan para os ricos. Rua para os pobres".
Maria de Lourdes Gomes da Silva, de 55 anos, disse que recebeu proposta de indenização da prefeitura pela casa onde mora, no valor de R$ 6,2
mil, mas recusou. "Onde vou comprar uma casa com isso? Aqui não é área de risco, como eles dizem, é área para botar os ricos", declarou.
Os moradores prometeram repetir o protesto. "Essa obra da vila foi feita com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), mas as unidades
foram vendidas para a classe média alta e eles querem aproveitar para fazer uma limpeza social. É pressão sobre os mais pobres. Essa política de exclusão é que gera violência", disse Roberto Maggessi, do
Conselho Popular, que acompanhou o protesto.
Em nota, a prefeitura afirmou que as famílias serão indenizadas com recursos do governo federal, no valor de R$ 3 milhões. "Os moradores (...)
estão sendo chamados para conversar com técnicos que prestam esclarecimentos sobre a área ocupada. O local é considerado de risco, com terreno instável, sujeito a inundações. É proibida a construção de
moradias na área."
O vice-presidente da Federação das Favelas do Rio, José Nerson de Oliveira, afirma possuir laudos "comprovando que a área não é de risco". Mas
ele já admite a possibilidade de mudança, desde que seja para um local próximo, de qualidade e com apartamentos de no mínimo 42 metros quadrados. "Não queremos remoção, mas um reassentamento digno",
declarou. Segundo ele, a comunidade surgiu a partir de uma antiga colônia de pescadores, há 50 anos, e estão cadastradas 542 famílias. |
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TÓPICO 9
Conter a favelização custaria 5% do PIB por dez anos, diz Jaguaribe |
Jornal do Commercio,Victor Velasco,30/mar
Investimentos de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) durante dez anos conteriam o processo de favelização no Brasil, que hoje tem um déficit de
10 milhões de moradias, segundo cálculos do acadêmico Hélio Jaguaribe. A realidade em que vive um terço da população brasileira distribuído em 16,5 mil favelas em todo o País foi tema do seminário Brasil,
brasis, que reuniu líderes comunitários, músicos do Afroreggae e cerca de 180 participantes no salão nobre Petit Trianon da Academia Brasileira de Letras (ABL), na última quinta-feira.
Para o presidente da ABL, Marcos Vilaça, a exploração do petróleo no Rio de Janeiro gerou riqueza, o que ajudou no desenvolvimento de algumas
regiões, sobretudo nas grandes metrópoles. "Essa atividade, no entanto, acarreta num processo de atrair trabalhadores em função da promessa de riquezas, o que contribui para a favelização", disse, durante
a primeira palestra do ano promovida pela ABL e intitulada "A favelização, fenômeno das grandes cidades".
Uma das palestrantes, a socióloga e vereadora Aspásia Camargo, destacou a ocupação irregular de terrenos públicos e de propriedade privada,
que chega a um milhão de lotes somente na capital. "Hoje, no Rio de Janeiro, existe uma fuga de camadas da população mais carentes para imóveis desativados, como nos situados às margens da Avenida Brasil
e em outras áreas do interior. As favelas estão entranhadas em todos os bairros, e não isoladas na periferia como acontece em São Paulo", disse.
Para o arquiteto Jorge Wilheim a queda do poder aquisitivo da classe média estimula a ida para áreas carentes. "Esse fenômeno torna-se um
dispositivo para o distanciamento entre ricos e pobres. A solução deve ser vir da integração entre o poder público e toda a sociedade civil". Segundo o urbanista, a ausência do estado pode ser notada na
falta de cadastramento de ruas das favelas. "Sem endereço, as pessoas deixam de ser cidadãs", ressaltou.
O escritor Paulo Lins, autor da obra "Cidade de Deus", livro que inspirou o filme homônimo dirigido por Fernando Meirelles, explicou que o
surgimento das favelas está ligado a questões como a falta do estado no provimento de necessidades básicas como educação e moradia.
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